[texto em português abaixo]

Field work can be surprising. Usually in good way, but occasionally (more often than we would like) in bad ways. Even with all preparation, sometimes random and unexpected problems happens. In the case of field experiments, the unpredictability is multiplied by two or three!

In the last field work at Serra da Capivara we had a simple primary aim: to give capuchin monkeys some oil palm nuts (Elaeis guineensis) and let them crack those open with stones tools from different origins and materials, to then analyse the wear marks. Simple stuff for capuchin monkeys that use stones for several purposes like the Serra da Capivara population.

As sometimes happen, we did not account for Falotico_T-9755
the resolve of the monkeys. When we presented the nuts, first intact and then already open, the monkeys examined, tasted the kernel, and even cracked open some, but after that, simply ignored the new food….. completely disregard for those oil nuts.

We tried a few more times, but after some other monkeys attempt on tasting the nuts, it was clear to us that those monkeys do not like oil palm nuts. As a field primatologist, I had to try the nuts, and I must agree with the monkeys, those nuts are NOT good. They are bitter, maybe because of the oil. The other palm nuts capuchin monkeys crack and eat (eg. genus Attalea and Syagrus nuts) are very tasty (yes, I ate those as well).

As we could not convince or force the monkeys to crack those nuts open, we choose an alternative plan, and return to São Paulo, hoping to do a modified version of the experiment with another IMG_1947palm nut (Syagrus romanzoffiana) and a group of capuchin monkey that we already knew beforehand processed this resource with stone tools.  The group mentioned lives at the Tietê Ecological Park, the first capuchin group that I worked with several years ago.

Falotico_T-9662
Capuchin monkey cracking nut

These semi-free ranging capuchins live on an urban park, and they were some of the first non-captive capuchins reported to spontaneous use stone tools.

It is being interesting to work with those monkeys after so many years without visiting them. Lets hope they still like to nutcrack a lot!


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Trabalho de campo pode ser surpreendente. Muitas vezes de forma positiva, mas algumas vezes (mais do que gostaríamos) de modo negativo. Mesmo com todo o planejamento, algumas vezes problemas aleatórios e inesperados acontecem. E no caso de experimentos de campo, o imprevisto acontece em dobro ou triplo!

No último trabalho de campo na Serra da Capivara nós tínhamos um simples objetivo primário: dar aos macacos-prego alguns cocos de dendê (Elaeis guineensis) e deixar que que eles os quebrassem com ferramentas de pedras de diferentes origens e materiais, para posteriormente analisar as marcas de uso. Coisa simples para macacos-prego que usam pedras para vários propósitos como a população da Serra da Capivara.

Como as vezes acontece, não contávamos com a vontade dos macacos. Quando expostos aos cocos, primeiro intactos e depois já abertos, até chegaram a experimentar e quebrar alguns, mas depois simplesmente ignoraram o novo alimento…. completa indiferença pelos cocos de dendê.

Tentamos mais algumas vezes, mas após outros macacos experimentarem os cocos, estava claro para nós que eles não gostaram dos cocos de dendê. Como um primatólogo de campo, eu tinha que experimentar os cocos, e preciso dizer que concordo com os macacos, aqueles cocos NÃO são bons. São amargos, talvez por causa do óleo presente no fruto. Os outros cocos que os macacos-prego quebram e comem (p.ex. cocos do gênero Attalea and Syagrus) são bem saborosos (sim, eu comi esses também).

Como não podemos convencer ou forçar os macacos a quebrar aqueles cocos, escolhemos um plano alternativo, e retornamos à São Paulo, esperando fazer um versão modificado do experimento com outro coco, o jerivá (Syagrus romanzoffiana) e um grupo de macacos-prego que sabíamos que processam esse recurso com ferramentas de pedra. O grupo em questão vive no Tietê Ecological Park, o primeiro grupo de macacos-prego com qual trabalhei muitos anos atrás.

Researcher Tiago Falótico observing a capuchin monkey cracking nuts
Researcher Tiago Falótico observing a capuchin monkey cracking nuts

Esses macacos semi-livres vivem em um parque urbano, e foram alguns dos primeiros macacos-prego não-cativos que foram registrados usando ferramentas de pedra espontaneamente.

Está sendo interessante trabalhar novamente com esses macacos após tantos anos sem visita-los. Esperamos que eles ainda gostem muito de quebrar cocos!

 

 

 

 

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